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Aves          
Integração de aves com horta reduz custos do agricultor
Sistema de galinheiro associado à plantação beneficia alimentação dos animais e limpa canteiros de insetos e plantas invasoras
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Juliana Royo
28/07/2010

Muitos produtores rurais enxergam de forma negativa a presença de aves no mesmo espaço das hortas. No entanto, essa integração pode ser muito bem-vinda, desde que sejam tomados os cuidados necessários, que não são tão complicados. As aves ganham com uma alimentação rica, já que comem os restos das culturas, sementes, insetos, plantas invasoras e até possíveis restos de frutas, se a área for coberta por árvores. Já a horta ganha com a limpeza feita gratuitamente pelas galinhas, além da fertilização orgânica com o esterco produzido diariamente pelos animais. As aves não prejudicam o cultivo porque não são soltas no meio da plantação que está com folhas. Elas são usadas para preparar uma área para o próximo plantio. Com isso, há uma grande redução com fertilizantes na plantação, com a alimentação das galinhas, já que a quantidade da ração pode ser diminuída, além da economia com mão-de-obra, porque as aves fazem grande parte da limpeza dos canteiros. Outra vantagem observada em alguns casos é que as galinhas conseguem diminuir a incidência de pragas na horta, já que se alimentam dos insetos.

— Quem tem horta, geralmente, tem medo das galinhas porque acha que elas vão danificar a horta. A gente trabalha com um outro conceito. A horta e a galinha não só podem coexistir como, inclusive, se ajudar. A gente tem que mudar na nossa maneira de pensar é que quando a gente tem um projeto que sabe posicionar bem a galinha na propriedade ela pode ajudar a horta. Existe um conceito que nós chamamos de trator de galinha que é um conjunto de princípios que define que uma galinha tem capacidade de comer insetos, de cultivar, arar, limpar a servas espontâneas que surgem no meio das hortaliças e ela fertiliza o solo com o esterco que ela produz todos os dias. O conceito de pasto é diferente, ele é composto pelos insetos da horta, os restos de hortaliças, sementes, restos de frutas e as plantas que precisam ser tiradas da plantação — ressalta a médica-veterinária Marcia Neves Salles, pesquisadora do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural) e doutoranda em agroecologia pela Universidade de Córdoba, na Espanha.

Márcia explica que o galinheiro utilizado neste consórcio pode ser montado de duas formas. O mais comum é o aviário móvel, em que ele vai rodando pela área da horta, mas também pode ser usado o aviário fixo, em apenas uma parte da plantação, onde são construídos piquetes em rotação. Ela diz que os alimentos ingeridos pelas aves não supre totalmente a nutrição das galinhas, mas pode substituir a maior parte da ração. Segundo ela, o ideal deste consórcio seria o sistema sustentável, de produção agroecológica. Neste caso, a horta é planejada em forma de mandala circular, em que cada anel da mandala tem um tipo de cultivo que vai fornecendo grãos e folhas. Além da qualidade nutricional, o sistema de integração das aves com a horta proporciona alta qualidade funcional, suprindo nutrientes que são altamente positivos para a saúde das galinhas como o ácido ômega 3, diz a pesquisadora.

— Este sistema economiza mão-de-obra porque a galinha faz o trabalho de limpeza para o agricultor e economiza em ração e investimentos. O esterco de galinha tem uma quantidade de nitrogênio, fósforo e potássio muito alta, às vezes 80% destes elementos está presente nas fezes. O produtor tem que tomar alguns cuidados como verificar a quantidade de animais por galinheiro para que não haja problemas de estresse. A gente trabalha com um máximo de 6 a 8 galinhas, dentro do galinheiro fixo, e variamos de 4 galinhas poedeiras a, no máximo, 8 frangos de corte no aviário móvel. Eu visitei um produtor de flores orgânicas e ele estava com um problema muito sério de ataques nas flores e não queria usar nenhum inseticida porque ele é bastante consciente do malefício dos agrotóxicos. Então, ele teve a ideia de pegar emprestado uma galinha com pintinhos. O produtor prendeu a galinha e soltou os pintinhos e em três dias o ataque de insetos já tinha sido reduzido sem causar mais problemas. Os animais foram capazes de consumir estes insetos sem danificar as flores — exemplifica.

Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Jornal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia.
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Valquiria Mendes - eng. agronoma
29/07/2010 22:56:18
Esta ideia Ú maravilhosa, vou incentivar os produtores em realizar este tipo de controle de insetos. Parabens doutora.

junior
29/11/2010 23:45:21
parabens

carmem
03/08/2012 18:43:28
Achei muito interessante esse projeto. Tenho galinheiro, mas esse está distante do local onde estou querendo fazer uma horta orgânica. Gostaria de saber com a Dra. Márcia detalhes do aviário móvel em piquetes, como seria?
Grata
Carmem

Marcia Neves Guelber Sales
08/05/2013 10:12:05
Para os interessados nos detalhes da construção do galinheiro móvel podem encontrar no seguinte endereço eletrônico
http://wp.ufpel.edu.br/consagro/files/2012/01/SILVA-Alessandra-Maria-da-Como-construir-um-galinheiro-m%C3%B3vel.pdf

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